08 julho, 2010

Onírico


E la de longe avistei, la estava a pobre, embreagada vivendo os mais intensos delírios que ja presenciei em toda vida. Me contou episódios de seus dias atribulados naquele beco sujo, em que dividia o chão e o lixo com pequenos camundongos que se deliciavam naquele ambiente propício a eles. (...) E como ela mesmo repetiu várias vezes:
- Nada pode ser tão errado assim, quem é Deus pra me julgar, O Teu Senhor? Ele que tudo errado fez! (...)
-
Deus só está do lado de quem vai vencer .
Me disse ainda coisas que não pude compreender, a voz ja falhava, enrolava-se a cada gole de Tequila, que além de bebida era despejada sobre o próprio corpo.
Cuspia em meu rosto aqueles chuviscos, que saiam a cada alterada de voz, regurgitava os seus desejos,seus medos.
Como assim senhor? Dizia ela quase que não conseguindo falar, embaralhando as palavras projetadas em meio a gargalhadas efusivas, vindas do âmago de sua alma. (...)
Sua aurea estava tão cinza como as nuvens daquela noite chuvosa. Eu a percebia como uma marionete da tristeza, do descaso do dissabor da vida.
Era um feixe de luz que me fazia estar ali,um feixe que vinha diretamente nela, partindo de um poste, mostrava todas suas marcas de expressão todo o peso de uma vida carregada de males.
Uma carga mistica ela carregava consigo, eu percebia quando levava a garrafa até a boca, numa voracidade a ponto de se machucar, a cabeça rodava.Era como se algo ou alguém usasse seu corpo para satisfazer desejos.
Deixei-a falando a sós com alguma energia, boa ou ruim eu não sei.
Acordei e trouxe pro mundo a energia pesada daquela mulher.
Aonde foi? em qual época? Em que país?
Não há referências. Mas uma experiência um tanto estranha. Agora ja passou!
Aproveite o dia, e não descartem os sonhos.

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